Procuro não comentar o que todo mundo está de saco cheio de ouvir, mas vou abrir uma excessão - afinal, o blogue é meu e escrevo o que eu quiser. O caso do mensalão, denúncia apresentada pelo deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ), de que o PT pagava mesadas de R$ 30 mil em dinheiro vivo para comprar votos favoráveis ao governo do Congresso, parece que está começando a se esclarecer. Sempre achei que alguma coisa não fazia muito sentido. Afinal, é muita bandeira pagar deputados com dinheiro em malas, quando o governo dispõe de uma poderosa máquina capaz de oferecer favores muito mais rentosos e de maneira mais discreta. Com as últimas declarações do publicitário Marcos Valério e do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares - este último em depoimento espontâneo ao Ministério Público - as coisas começam a fazer algum sentido.
Valério teria repassado R$ 20 milhões ao PT para saldar dívidas de campanha eleitoral. O dinheiro gasto pelo PT nas campanhas foi obtido por doações não declaradas à Justiça Eleitoral - o conhecido caixa dois - e por isso a necessidade de uma forcinha também por fora para saldar tais dívidas. O dinheiro repassado ao PT por Marcos Valério seria um "empréstimo" segundo os dois, mas eles mesmos admitem que o partido não ressarciu o empresário. Ao que parece, Valério foi ressarcido de outras formas, com a prorrogação e sobrevalorização de contratos com empresas estatais. De qualquer forma, trata-se de corrupção. Há indícios ainda de que o empresário já tinha know-how nesse tipo de operação desde a era FHC. O governo do tucano Aécio Neves, em Minas Gerais, contratou as empresas de Valério até sem licitação.
16.7.05
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